(COLUNA DA PRETA)

O TEMPO É REI!

Nunca pensei no tempo como um amigo. Achava que ele só servia pra tornar tudo mais distante, difícil e doloroso. Pois é, mas de uns dias pra cá comecei a observar o que de bom o tempo me trouxe. O amadurecimento, a compreensão, a aceitação de ser imperfeita e gostar de perceber isso.
Mas o que mais me impressionou foi de como o tempo consegue conservar o amor. Aquele amor que não aconteceu mas que permanece dentro da gente e que as vezes a gente nem percebe.
A gente muda de vida, muda de endereço, muda de paixão, de trabalho, de opinião, mudamos os nossos conceitos, nossos amigos, nossos amantes, nossa rotina, tudo. Mas de alguma forma quando a gente vê aquele cara ou aquela mulher que despertava em nós tantas emoções agregadas o tempo para e falta o ar. E agente se pergunta: -como assim depois de tanto tempo ele(a) ainda mexe comigo desse jeito? Todo mundo já passou por isso. O que não tem um ponto final não acaba nunca.
Muita gente se refere ao amor como um vírus e que o tempo seria talvez a cura, já eu, não concordo. Acho que sim o amor pode ser um vírus mas não acredito que tenha cura , pelo menos um amor de verdade não tem, amor de verdade é eterno.
Sabe quando alguém tem uma doença sem cura mas a doença não se manifesta? É assim que vejo o amor de verdade, um vírus que ta dentro da gente e que a gente não pode curar e que de tempo em tempo se manifesta. Não falo só de amor de homem e mulher, quantos melhores amigos não ficam anos sem se falar e quando se encontram continuam se amando como sempre se amaram. Assim também com pais e filhos. E o que sempre observo nessas relações é que o tempo sempre traz benefícios pra ambos os lados. O tempo mostra o que os nossos destinos guardam. O tempo nos renova e nos prepara pra aceitar o que vem pela frente. O tempo é o pai da vida ele ensina, educa e também nos põe de castigo.
O tempo não cura o amor, o tempo cura a falta dele. Cura a imaturidade, a falta de tato, a falta de discernimento pra saber o que nos faz bem ou não, cura principalmente a nossa ingenuidade de achar que qualquer paixão é amor.